Quais são os benefícios da criptomoeda?

Resultados de aprendizagem: 

No final deste artigo, entenderá:

1. Os benefícios das criptomoedas
2. As limitações das criptomoedas
3. Por que existem tantos tipos diferentes de criptomoedas e por que têm valores diferentes 

Quais são os benefícios da criptomoeda?

Comunicar os benefícios de qualquer nova tecnologia resume-se a demonstrar que esta resolve um problema. Neste artigo, analisamos algumas das formas por meio das quais a criptomoeda aborda os problemas com o nosso dinheiro atual. 

Mas as soluções não são suficientes se não forem escaláveis e viáveis. Por isso, vamos analisar as limitações da criptomoeda antes de juntarmos os prós e os contras para refletirmos sobre a forma de atribuir um valor à criptomoeda.

Comecemos por analisar os problemas que as criptomoedas resolvem com o dinheiro existente e os potenciais casos de uso: 

Sem permissão 

Qualquer pessoa com uma ligação à Internet pode utilizar Bitcoin, Ethereum ou qualquer outra criptomoeda; não existe nenhum processo de candidatura ou restrição – necessitamos de uma carteira de criptomoedas. 

Caso de uso: Os milhões de não bancários (pessoas sem aceder a uma conta bancária) em todo o mundo

Sem fronteiras 

Alice pode enviar criptomoedas a Bob onde quer que ele esteja no mundo, e a transação será geralmente mais rápida e mais barata do que as opções de pagamento tradicionais. Por exemplo, não são cobrados encargos de transação de câmbio.

Caso de uso: Trabalhadores estrangeiros que enviam fundos para o país de origem (remessas)

Resistência à censura  

As criptomoedas são concebidas para que as mudanças de regras sejam democráticas, protegendo contra a censura ou a exclusão de grupos de utilizadores ou utilizações específicas.

Caso de uso: Quem sofre repressão financeira

Transparência 

Qualquer pessoa com uma ligação à Internet pode ver todo o histórico de transações em bitcoins sem revelar a identidade de Alice ou Bob.

Caso de uso: Minimiza as disputas relativas às transações

Escassez digital 

Algumas criptomoedas têm um limite fixo para o número de moedas que alguma vez existirão. Por exemplo, só existirão 21 milhões de bitcoins. 

As mercadorias escassas são boas reservas de valor (mantêm o poder de compra), razão pela qual a Bitcoin é descrita como ouro digital.

Caso de uso: Uma reserva de valor alternativa

Limitações de criptomoedas 

Embora seja ótimo que Alice e Bob possam enviar rapidamente dinheiro ou dados um ao outro, independentemente do local onde se encontrem e sem se conhecerem, há limites para as transações em criptomoeda.

Rapidez da transação 

Cada criptomoeda processa as transações a velocidades diferentes. Algumas são quase instantâneas, mas o Protocolo Bitcoin determina que os lotes de transações podem demorar até dez minutos, o que é impraticável para compras que exigem rapidez, como comprar uma chávena de café. 

Número de transações 

Cada criptomoeda tem capacidades diferentes no que diz respeito ao número de transações que podem ser processadas num bloco; poucas, se é que há alguma, podem rivalizar com o resultado financeiro da Visa ou da Mastercard neste momento.

Segurança 

A Bitcoin sacrifica a velocidade e a escala para dar prioridade à segurança, assegurando que o sistema permanece descentralizado. Outras blockchain são mais rápidas e têm maior capacidade de transacionar, mas são menos descentralizadas. 

Este problema de equilíbrio entre segurança, escalabilidade e descentralização é conhecido como o trilema da blockchain e é uma das principais limitações da criptomoeda, mas não a única.

Atividade ilícita 

A desvantagem de uma rede monetária sem permissões é que esta inclui inevitavelmente maus atores. Estes maus atores são indivíduos ou grupos que pretendem causar danos à rede, por exemplo, com pirataria informática ou esquemas fraudulentos. 

Mesmo que as atividades ilícitas representem uma percentagem ínfima das transações, os montantes são significativos e suscitaram apelos a uma maior regulamentação.

Preocupações ambientais 

Outra perceção negativa da criptomoeda é o impacto ambiental do processo de mineração utilizado pela Bitcoin e por outras blockchains com prova de trabalho, uma vez que consome muita energia. 

Não existe um acordo claro sobre a forma de medir o impacto ambiental das blockchains nem dados exaustivos sobre a proporção da mineração na utilização de energia sustentável. No entanto, a questão foi considerada suficientemente importante para que a Ethereum mude para a prova de trabalho em 2022, o que, segundo a empresa, reduziu a sua pegada de carbono em cerca de 99,992%.

Volatilidade 

O potencial disruptivo das criptomoedas tornou-as numa forma popular de investimento, mas ninguém sabe se elas irão cumprir esse potencial. Essa incerteza e o comportamento irracional dos comerciantes podem criar volatilidade nos preços, o que torna muitas criptomoedas menos adequadas como dinheiro para uso quotidiano.

Atualmente, existem milhares de criptomoedas que partilham características básicas comuns, mas que oferecem soluções diferentes para o trilema da blockchain, para a questão da volatilidade (moeda estável) ou simplesmente para uma marca disruptiva (moedas memes). 

Os preços mais recentes das criptomoedas e os limites de mercado podem ser consultados na nossa página de taxas ao vivo, que mostra o desempenho das diferentes criptomoedas em tempo real.

Quanto valem as criptomoedas? 

Quando Alice envia £ 20 esterlinas a Bob, ambos confiam que a camada de liquidação bancária é fiável e que o emissor da moeda (o Banco de Inglaterra) é digno de confiança. Essa confiança garante que as libras conservam o seu valor e são aceites com agrado pelas empresas e pelos consumidores. 

O valor da libra esterlina (GBP) flutua relativamente a outras unidades monetárias (Euros, Dólares etc.) à medida que varia a perceção da sua fiabilidade, mas essas flutuações são pouco significativas a curto prazo. 

Sem essa estabilidade, Alice e Bob quereriam utilizar uma unidade monetária diferente, como acontece na Venezuela ou no Zimbabué.

As blockchains representam emissores alternativos ao Banco de Inglaterra (ou a qualquer outro banco central), e as suas criptomoedas não só funcionam como diferentes tipos de unidades de valor, mas também como um meio de avaliar o sistema e a rede subjacentes, um pouco como uma ação numa empresa.

Atualmente, há mais pessoas a comprar criptomoedas para especular sobre o seu valor como investimento, em vez de as utilizarem como dinheiro ou para pagar a utilização de aplicações digitais (dApps). 

E a perceção desse valor de investimento varia, porque há muitos fatores que o influenciam, como a regulamentação, a adoção, a economia do sistema que decide quantas unidades da criptomoeda existirão (escassez) e como serão distribuídas. 

Esta incerteza traduz-se na volatilidade dos preços a curto prazo e em períodos mais longos de sentimento positivo prolongado (ciclos de alta) e de sentimento negativo (ciclos de baixa).

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